segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

A LUTA COM TEMPERO DE MÃE



Querida já chegará: Tua vida a minha
Teu pensamento me protege
Olhos sérios, sorriso convidativo
Amor de flor, felicidade do ver
Sem você, falta; porque eres o que não se substitui
No calor dos teus seios sentir a essência humana, do alimento sagrado que me destes.
Cresci.
Saibas que mesmo distante sigo firme e forte com as forças que me destes nos primeiros momentos que vi o mundo, menino frágil.
Me destes fortaleza.
 Agora solto, grande e pequeno sinto vontade de deitar no teu colo
O sabor da tua comida que vem na língua todos os dias
Saudade de acordar com cheiro do teu café
Da tua fertilidade, como a terra pura, me presenteou irmãos que carregam os teus traços,
Minha amiga, mulher lutadora;
Mãe perdoe se estou fazendo mal é que com meus camaradas queremos um mundo melhor.

Prometo que não te decepcionarei, lutarei até o fim de minha vida se preciso, pra ver um amanhecer humanizado e igual para todos
Assim como tu, outras mães alimentarão e alimentam filhos como nós, tornando nossa luta cada vez mais forte e gloriosa.
Mães seus seios de fortaleza nos faz, mas fortes e amáveis.
                                     
Joelson Santos



A humanidade urge de amor


Deixa todo amor que tenho te dar,
Esse amor sofrido, calejado e diferente,
Batiza-o às luzes da lua e estrelas,
Com uma plateia de linda árvores,
Acariciados pelo gelado vento,
Vento gelado, noite escura, estrelas lindas
E teu abraço... de nada mais preciso,
Pra que voltar a realidade louca que vivemos,
Ah!!! Voltaremos mas só se for para refaze-la,
Que seja uma realidade sem necessidades de fugir dela.
Quando amo, me desconecto do real,
e o amor  é como algumas drogas,
Mas porque? Será que ele esta sendo negado de forma coletiva,
Será que o amor virou mercadoria,
Será que o amor não passa de uma noite,
De uma transa?
Cadê as cartas, os poemas, as músicas os retratos?
Cadê o frio na barriga, cadê a saudade?
Sentir saudades não é bom,
Mas quando morre a saudade é porque não resta nem um broto de amor.
Porque jogaram tudo num baú?
Vamos achar o cadeado tomar à força as chaves,
Abrir a caixa suja de poeira,
Então novos valores surgiram
E o amor voltará a ser um privilégio de toda humanidade.
Porque essa humanidade não só tem:
Fome de comida, nem sede de água,
Necessidade de teto, terra e emprego.
Essa humanidade urge antes de qualquer coisa de amor.
E assim todas as mazelas desta realidade serão pintadas bem coloridas.
Joelson Santos




COMPANHEIRA TE ENCONTRAREI NAS TRINCHEIRAS


A beleza do verte se confunde com a sensação
De está voando abraçado a ti e beijando-te, como beijo a cada bala com que mato e com que morro.
Num balão mágico colorido ou num rabo de nuvem,
Vendo o mundo de cima pra baixo,
 Vendo o vermelho no mundo ao invés de estrelas no céu.
Ao ver teus cálidos e brilhosos olhos, da mesma forma que vejo o fervor da vitoria,
Meu coração acelera como o de um cavalo de guerra chegando do campo de batalha
Da mesma forma, que quando toco teus cabelos negros como a noite amiga da tática e do ataque.
 Ele acelera, acelera ,acelera e ganha mais força, quando penso em teu corpo que parece os violões que cantaram e encantaram multidões de miseráveis, operários, campesinos, guerrilheiros.
 Amas de casa, escravas do patriarcado, as que foram queimadas, as que brigam com pedras e as mulheres de 100 batalhas, que percorrem caminhos e caminhos em busca da emancipação humana.
Este coração só deixará de acelerar quando não houver mais lutas nem companheiras de luta para amar.
Fazer a Revolução é amar,
Manter a Revolução é apaixonar-se e seguir amando melhor e sempre.
E aqui deixo de escrever e volto ao campo de batalha, certo de que te encontrarei nas trincheiras defendendo o povo sofrido e buscando a Revolução.
Joelson Santos
 


Meu bloco é meu povo, meu povo é meu país.

Meu país não é só bunda,
Não é só novela e futebol.
O meu país é a menina de 12 anos que se prostitui para viver,
É uma novela permanente dos políticos professionais,
É o trabalhador que dribla dia a dia para comprar o seu pão e não faz gol.
O meu país não só é são Paulo e Rio de Janeiro,
É o nordeste seco, o semiárido de pastos o norte chuvoso,
E carnaval não é só em fevereiro,
E farinha não é só tira-gosto.
E não é acomodado meu povo.
Minha gente samba o enredo da luta o ano inteiro
E tem dia que a farinha é ingrediente solitário de um prato milagroso
Meu país de milagres,
Não tem santo em altar banhado a ouro
Meus orixás são de combate,
Meu país não é branco,
Nem negro,
Nem indígena,
Ele é mestiço!!!
Cartão-postal da minha terra também é o morro de barracões,
Que a noite o beija com seu céu estrelado,
E pela manhã o faz de contas de um samba inacabado.
A música do meu país não só é bossa-nova “e maravilhosa que é”,
Mas também é o rock de Raul e sua metamorfose ambulante,
É forró de Luiz e sua asa branca,
É maracatu rural do negro canavieiro,
É o rap da favela do século XXI.
Saiba que aqui neste país não só passa carnaval pelas ruas,
Passam marchas de trabalhadoras e trabalhadores
Dançando, pintado e sonhando,
Em um só coro de samba
Viva a Revolução.                                                  Joelson Santos e Walter Titz Neto







VOLEMOS, AÚNQUE NUESTRAS ALAS SEAN DE PLOMO


Yo soy tú,
Tú eres yo,
Ella, él y nosotr@s,
Somos Latinoamericanos.

Los frutos de un árbol con hojas que caen y que brotan,
Las flores que colorean la noche roja y negra,
Las calles sin esquinas,
Los campos verdes,
Secos,
Desiertos.

Nacimos de las ciudades que duermen
En fondo de los mares,
Abajo  de las tierras.
Las partes del cuerpo hecho en pedazos,
Colorido de rojo, morado y gris,
En cenizas,
El cuerpo que desaparece.

Cantemos el canto de los pájaros enjaulados,
Seamos los que no fueron y no son,
Gritémonos las palabras que no fueron dichas,
Escribamos en las páginas borradas lo que se escondió,
Volemos aunque nuestras alas sean de plomo.

Con la educación,
Con las armas,
Con piedra y palo,
Con música y poesía,
Con amor y utopía.
Con lo que sea seguiremos luchando,
En las trincheras de la verdad.

Nuestra historia es de lucha.
Adelante! Juventud latinoamericana
Ningún paso atrás!
Toda una vida de lucha.



Joelson Santos



DESCOLONIZANDO O AMOR


Si será assim pra sempre,
Que seja pior!
Não consigo ser teu amigo,
Tampouco teu escravo,
Não de teu corpo, nem de teus beijos,
Escravo do teu medo.
Achei que a convicção seria os tijolos,
Que formaria a emancipação das contradições do teu sangue,
Que fez lagos por todas as fronteiras.
Um dia posso ser teu: amigo, companheiro, amante etc.
Mas, sem teu sangue correndo nas tuas veias,
Até emprestaria o meu,
Composto de células sujas,
Sem nome nem sobrenome,
Sem fronteiras e sem Deuses.
Sem medo de lutar,
Com ousadia e coletividade.
A transfusão seria simples,
Venha e:
A cada vitoria lado a lado seria uma gota de sangue pra ti.
Assim, quando por fim termine a batalha,
Teremos destruído as muralhas e as fronteiras do teu sangue.




Joelson Santos